A questão de quem inventou a calculadora não tem uma resposta simples, pois este dispositivo revolucionário evoluiu ao longo de séculos de inovação matemática. Desde antigas ferramentas de contagem até modernos dispositivos eletrônicos, o desenvolvimento da calculadora representa a busca persistente da humanidade para simplificar cálculos matemáticos [1].
Quem inventou a calculadora: a história
A a história da calculadora começa com ferramentas primitivas de contagem usadas por civilizações antigas. Antes da existência de números escritos, os humanos dependiam de dedos das mãos e dos pés, pedras e ossos para cálculos básicos. O ábaco, desenvolvido pelos sumérios e egípcios antes de 2000 a.C., marcou o primeiro avanço significativo na tecnologia de cálculo e ainda permanece em uso em algumas partes do mundo hoje [1].
A revolução mecânica
A primeira calculadora mecânica surgiu em 1623, quando Wilhelm Schickard criou seu "Relógio Calculador". Este dispositivo inovador apresentava um mecanismo de multiplicação, armazenamento de resultados intermediários e um sistema de adição decimal de seis dígitos [2]. A invenção de Schickard marcou o início do cálculo mecânico, embora sua existência não fosse amplamente conhecida até séculos depois [3].
Em 1642, Blaise Pascal desenvolveu a Pascalina, uma notável calculadora mecânica que podia realizar adição e subtração diretamente. O dispositivo de Pascal era particularmente notável por seu mecanismo inovador de transporte, que permitia que os dígitos cascateassem independentemente ao transportar números. Após criar 50 protótipos, ele apresentou a versão final em 1645, vendendo cerca de vinte máquinas durante sua vida [4].
Em 1673, Gottfried Wilhelm Leibniz aprimorou o design de Pascal criando uma máquina capaz de realizar as quatro operações aritméticas: adição, subtração, multiplicação e divisão. O Stepped Reckoner de Leibniz introduziu o mecanismo de tambor escalonado, uma engrenagem cilíndrica com dentes de comprimentos variados que permitia cálculos mais complexos. Esta inovação influenciaria os designs de calculadoras por séculos.
O avanço da Era Industrial
O século XIX viu avanços adicionais na tecnologia de calculadoras mecânicas. Em 1820, Charles Xavier Thomas de Colmar inventou o Arithmometer, que se tornou a primeira calculadora mecânica comercialmente bem-sucedida. Este dispositivo podia realizar as quatro operações aritméticas básicas e permaneceu como a única calculadora comercialmente disponível em todo o mundo de 1878 a 1887 [2].
Em 1887, Dorr E. Felt patenteou o Comptometer, uma calculadora mecânica acionada por teclas que se tornou amplamente utilizada em negócios e finanças. O design do Comptometer permitia uma entrada de dados e cálculos mais rápidos, melhorando significativamente a eficiência em tarefas de contabilidade e escrituração. Esta invenção marcou um passo crucial na evolução das calculadoras de ferramentas puramente científicas para dispositivos práticos de uso cotidiano nos negócios [2].
O início do século XX viu mais refinamentos na tecnologia de calculadoras mecânicas. Em 1921, Edith Clarke, uma mulher pioneira em engenharia elétrica, inventou a "calculadora Clarke". Este dispositivo especializado foi projetado para resolver equações de linha envolvendo funções hiperbólicas, que eram particularmente úteis em cálculos de engenharia elétrica. A invenção de Clarke demonstrou a crescente necessidade de ferramentas computacionais especializadas em vários campos científicos e destacou as contribuições das mulheres para a tecnologia de calculadoras. [1]
A revolução eletrônica
Durante a Segunda Guerra Mundial, a demanda por cálculos complexos em balística, quebra de códigos e outras aplicações militares levou a avanços significativos na tecnologia de computação. Embora não fossem estritamente calculadoras, dispositivos como o ENIAC (Integrador e Computador Numérico Eletrônico), concluído em 1945, representaram um salto adiante na computação eletrônica. Esses primeiros computadores, embora massivos e caros, abriram caminho para a miniaturização e adoção generalizada de calculadoras eletrônicas nas décadas seguintes.
O período pós-guerra viu a transição de calculadoras mecânicas para eletrônicas. Em 1954, a IBM introduziu o IBM 608, a primeira calculadora totalmente transistorizada. Esta máquina podia realizar 4.500 adições por segundo, um feito notável na época [2][6]. O uso de transistores em vez de válvulas marcou um passo significativo em direção a dispositivos de computação mais compactos e confiáveis.
A década de 1960 trouxe uma revolução na tecnologia de calculadoras com o desenvolvimento de circuitos integrados. Em 1964, a Friden introduziu o EC-130, uma das primeiras calculadoras de mesa totalmente eletrônicas. Embora ainda grande pelos padrões atuais, era significativamente menor que suas predecessoras e podia realizar cálculos complexos muito mais rapidamente.
Esses avanços da Era Industrial prepararam o terreno para a revolução eletrônica que se seguiria. A progressão de calculadoras mecânicas para eletrônicas refletiu tendências mais amplas em tecnologia e indústria durante este período. Cada inovação se baseou em desenvolvimentos anteriores, transformando gradualmente as calculadoras de ferramentas especializadas usadas por cientistas e engenheiros em dispositivos que logo se tornariam acessíveis ao público em geral.
A revolução dos dispositivos portáteis
O avanço alcançado por quem inventou a calculadora e todos os que para tal contribuiram ao longo do tempo, abriu caminho para dispositivos mais compactos e eficientes, e um novo grande avanço estava prestes a acontecer neste ponto. Em 1967, a Texas Instruments alcançou outro marco ao desenvolver a primeira calculadora portátil, com o codinome "Cal Tech". Este dispositivo de 45 onças (aproximadamente 1,20 kg) apresentava 18 teclas e podia exibir até 12 dígitos decimais, preparando o terreno para as calculadoras portáteis modernas.
As calculadoras de hoje variam entre dispositivos básicos de quatro funções a sofisticadas calculadoras gráficas. Elas servem a vários propósitos. como por exemplo:
- Calculadoras científicas: projetadas para operações matemáticas complexas, incluindo funções trigonométricas e logaritmos.
- Calculadoras gráficas: ferramentas essenciais para matemática avançada, capazes de visualizar equações e realizar cálculos complexos.
- Calculadoras financeiras: dispositivos especializados para cálculos financeiros e aplicações empresariais.
Legado e impacto
A evolução da calculadora representa uma das realizações tecnológicas mais significativas da humanidade. Desde a maravilha mecânica de Schickard até os modernos dispositivos eletrônicos, cada inovação contribuiu para tornar os cálculos matemáticos mais acessíveis e eficientes. As calculadoras de hoje continuam esse legado, com fabricantes como a Texas Instruments permanecendo na vanguarda da tecnologia educacional [5].
A história de quem inventou a calculadora é realmente uma de inovação e aprimoramento contínuos. Cada inventor construiu sobre as realizações anteriores, criando ferramentas cada vez mais sofisticadas que transformaram a maneira como abordamos os cálculos matemáticos. Essa evolução continua hoje com calculadoras digitais e aplicativos para smartphones, tornando o poder computacional mais acessível do que nunca.
A jornada da calculadora de simples ferramentas de contagem a sofisticados dispositivos de computação exemplifica a engenhosidade humana e nossa constante busca por simplificar tarefas complexas. Ao olharmos para o futuro, a tecnologia da calculadora continua a evoluir, adaptando-se para atender a novos desafios e requisitos na educação, ciência e negócios [9].
Fontes:
[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Calculator
[2] https://edtechmagazine.com/k12/article/2012/11/calculating-firsts-visual-history-calculators
[3] https://historycooperative.org/who-invented-the-calculator/
[4] en.wikipedia.org/wiki/Pascal's_calculator
[5] https://education.ti.com/en/
[6] https://mathsciencehistory.com/2024/05/23/the-history-of-calculators/
